As três opções estão corretas! Palavras como essas, que identificamos como um jeito caipira ou errado de falar ou escrever, têm sua origem no Nheengatu, língua derivada do tupi. Foi usada pelos jesuítas, numa tentativa de unificar vários dialetos de tribos indígenas e ao mesmo tempo de criar uma língua escrita.
Além das muitas diferenças para o nosso português, no Nheengatu não existe o “lh”, nem o “r” no final dos verbos. Com isso, as palavras do título tomam a forma que identificamos como caipira – e que nossos corretores ortográficos prontamente sublinharão.
Apenas como curiosidade, o Nheengatu foi praticamente proibido pelo marquês de Pombal em 1758, quando todas as escolas e documentos foram obrigados a adotar o português. A prova de que não se mata uma língua por decreto está nos poucos indígenas que ainda a usam no Amazonas e os muitos caipiras como nós, que continuam a “falá” dessa forma.
Se você se interessa por esse tema, sugerimos a leitura do delicioso livro “A Língua de Eulália”, Novela Linguística de Marcos Bagno.
Cristina Vecchio, Sócia da W2 Comunicação